quinta-feira, 23 de julho de 2009

CONCEITOS UTILIZADOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL



Essa sou eu!

Quando desenvolvemos projetos ou atividades de educação ambiental ficamos tão presos aos termos técnicos e modismos que freqüentemente nos esquecemos que quem não é minimamente informado sobre o assunto não tem a menor idéia do que estamos falando. E ainda há o perigo de sermos mal interpretados, o que é bem pior.

Palavras como sustentabilidade, conscientização, Agenda 21, Eco 92, Carta da Terra, interdisciplinaridade, ecossistemas, resíduos sólidos, qualidade de vida, meio ambiente são muitas vezes incompreendidas. E palavrinhas mais simples como natureza, cultura,
Definir e esclarecer conceitos acelera o entendimento das propostas das atividades, integra e ajuda no processo de comunicação formal e informal do grupo. E o melhor: evita mal entendidos e interpretações dúbias sobre os objetivos e resultados que se pretende alcançar com tais atividades, ou seja, aumenta a satisfação em participar por consequência a produtividade em grupo! Bom, por hoje é isso. Bom final de semana pra vocês!
recursos naturais, poluição, devastação, entre outras, as vezes causam conflitos quanto a sua representação.

Isso pode parecer um assunto banal, mas eu garanto que não é! Eu mesma sofri com isso quando comecei a freqüentar os meus primeiros cursos livres de meio ambiente. Quando ouvi desenvolvimento sustentável pela primeira vez eu pensei: Meu Deus, o que será isso? Eu sempre anotava uma interrogação ao lado das palavras “estranhas” para pesquisar o que era.

No caso acima citado eu pesquisei e li o seguinte: processo que assegura uma gestão responsável dos recursos do planeta de forma a preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo tempo atender as necessidades das gerações atuais. E pensei: IMPOSSIVEL, ISSO NÃO CABE NO QUE ESTOU ESTUDANDO. E fiz a minha própria interpretação do que era no contexto do curso que eu estava fazendo: causar menor impacto possível no processo de desenvolvimento para que as próximas gerações encontrem um planeta habitável futuramente.

Por essas e outras (muitas outras), hoje, antes de começar qualquer atividade de educação ambiental, seja palestra, workshop, encontro ou mesmo um bate papo com um grupo que não seja de educadores ambientais, a minha primeira ação após me apresentar é: definir conceitos que serão trabalhados no dia. Coloco as palavras soltas e definimos em grupo o que ela significam até surgir um consenso sobre elas. Isto é rápido e ajuda também a integração do grupo.

Explicar de forma didática documentos e fatos históricos como a Eco 92, a Carta da Terra e Agenda 21 é um desafio que também se faz necessário. Tanto quanto definir em grupo, por exemplo, o que é natureza, qualidade de vida, poluição. Cada um tem a sua visão e sua convicção. As pessoas geralmente associam a palavra natureza as florestas, a poluição ao ar e água contaminados, a qualidade de vida a ter dinheiro. Porém nós somos natureza, a poluição pode ser também do solo, visual, sonora e qualidade de vida pode ser viver em harmonia.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA



As sociedades humanas diferem amplamente entre si em termos de cultura, qualidade de vida e condições ambientais e na percepção do significado dessas diferenças. Viver de forma sustentável depende da aceitação do dever da busca de harmonia com as outras pessoas com o seu meio. É comum perceber o não entendimento de que o meio ambiente não é apenas fauna e flora, e que os seres humanos também fazem parte da natureza que é formada também pela cultura humana. A diversidade seja ela cultural ou natural ainda é a maior expressão da Educação Ambiental.

Diante disso é importante ressaltar que uma ação educativa, por melhor que possa parecer, nunca é válida para tudo e todos. A Educação Ambiental busca provocar a mudança de comportamento e atitudes diante do meio ambiente, de forma a possibilitar a melhoria de qualidade de vida. E quanto mais conhecermos a natureza e suas relações com os grupos, mais teremos chances de encontrar formas de orientar a melhor utilização dos recursos disponíveis.

Antes de iniciar um projeto sobre so racional de água nas escolas em que participei, por exemplo, fizemos uma pesquisa de campo junto à comunidade escolar que revelou que a maioria das pessoas afirmava ter consciência de que a água é um recurso importante e precisava ser usada com cuidado. Mas entendemos que essa afirmação, da importância da água, usada isoladamente, parecia não ter a relevância merecida.

A maioria das pessoas sabia citar uma ou outra forma de usar a água com cuidado e várias formas de economia dentro da própria casa, mas não faziam o mesmo na escola porque lá não pagavam pela água. O desafio, nesse caso, foi descobrir e utilizar uma linguagem que desvinculasse o valor monetário da água com seu valor como bem comum, como recurso natural finito.

A abordagem, que no final deu certo, foi para a importância da utilização racional da água potável e manutenção dos equipamentos hidráulicos e não para a “economia” da água, que pelo histórico cultural coletado soaria como economizar o dinheiro da escola. Quando entenderam que falávamos do recurso natural escasso ÁGUA POTÁVEL, várias outras iniciativas surgiram junto às propostas já estabelecidas pelo projeto.

Com isso volto ao início desse post, “as sociedades humanas diferem amplamente entre si e viver de forma sustentável depende da aceitação do dever da busca de harmonia com as outras pessoas com o seu meio”. Ou seja, respeitar a cultura e adequar a linguagem com a qual nos comunicamos com esses grupos quando queremos falar sobre educação ambiental de forma contemporânea faz toda diferença no resultado que pretendemos alcançar. Bom final de semana a tod@s!

sábado, 11 de julho de 2009

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO

Estou terminando de ler um livro interessante, o “Comunicação e Estratégias de Mobilização Social” de Marcio Simeone Henriques. Assunto bárbaro, idéias claras, escrito de forma objetiva. Nada daqueles livros feitos de acadêmicos para acadêmicos, onde quem não é da área não consegue “decifrar” o que está escrito. Basicamente, o livro fala o que eu penso, mas lá está de maneira bem mais ordenada, rs. Segundo release do livro, “conscientes de que a mobilização social só é possível quando se conhece e se respeita o processo de ação coletiva em questão, os autores propõem um modelo de análise diagnóstica da comunicação com base nos relacionamentos desenvolvidos pelos envolvidos no movimento social, tendo em vista que não há um modo preestabelecido de intervenção comunicacional aplicável a todos os tipos de movimentos sociais”.

E depois de trabalhar muito em mobilização social, errando e acertando, errando e acertando, errando e acertando, posso afirmar: COMUNICAÇÃO é tudo! E cada trabalho tem que ter o seu planinho básico de comunicação, isto é um fato inquestionável. Hoje considero a comunicação (em seus diversos níveis) necessária em qualquer processo de mobilização, principalmente àqueles com viés ambiental, visto que ainda nos dias atuais as informações sobre meio ambiente ainda são passadas ou tratadas de maneira, no mínimo, equivocada. Neste caso, um plano de comunicação estratégico e focado é mais que necessário, é indispensável.

A educação ambiental quando é feita de forma pontual é efêmera. Para se notar e comprovar resultados, ela precisa ser processual, construída em etapas bem definidas e é isso o que a mobilização atrelada a estratégias de comunicação propõe: um processo dinâmico e permanente de envolvimento, comprometimento e mudança de valores e comportamentos. A mobilização social é o envolvimento ativo do cidadão, da organização social, da empresa nos rumos e acontecimentos em nossa sociedade. Ela se traduz em ações coletivas e pode ser desempenhada de diferentes formas, evidenciando o potencial educativo gerado pela participação ativa do cidadão em todo o processo. Este tem de ser o foco quando se pensar a mobilização.

Com tudo isso quis dizer o seguinte: só uma metodologia participativa e que tenha a comunicação em sua base pode alcançar resultados duradouros e eficazes, objetivo de qualquer educador ambiental. Educação ambiental, comunicação e mobilização são como peças de uma engrenagem, tem que girar juntas... Dá um trabalho danado, não posso negar, mas vale muito a pena!!!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"A HISTÓRIA DAS COISAS"

Olá! Quanto tempo não?
Ando correndo tanto que não consegui postar o meu texto de quarta feira... enfim, vou fazer melhor que isso. Tenho recebido alguns pedidos de dicas de vídeos e textos para trabalhos relacionados ao meio ambiente e hoje acabei escolhendo um dos meus favoritos para recomendar.
Este vídeo que sugiro, chamado “A história das coisas” é americano*, tem algumas peculiaridades daquela nação, mas ao mesmo tempo mostra de forma realista e didática os problemas sociais e ambientais criados como consequência do nosso hábito consumista.
Ele apresenta por etapas os problemas deste sistema e mostra como podemos revertê-lo, sem fatalismo, sem ameaças vazias ou de forma incompleta.
É um ótimo material para trabalhar a reflexão e o debate com público infanto-juvenil e adulto. Com ele podemos abordar vários assuntos diretos e indiretos e com isso ganha-se em qualidade e quantidade já que a partir dele há a opção de criar planos de aula co-relacionados (como por exemplo: preservação, extração, matérias primas, fabricação, contaminação, poluição, consumo, lixo, ética, cooperação, mobilização etc).

Está disponível em várias versões para download no site
http://www.sununga.com.br/HDC/index.php?topico=download
Bom vídeo e boa aula!
E até semana que vem!


* Dublagem: Nina Garcia