segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

OS 3 ERRES DA MOCHILA SUSTENTÁVEL


Para quem tem filho, como eu, começa uma nova maratona junto ao início do ano: a vida escolar. Começam as preocupações com uniforme, transporte, mensalidade e a famigerada lista de material escolar, a qual eu deixo 3 erres para ajudar a pensar numa “mochila sustentável”.

O primeiro R é o de REDUZIR
Conforme orientação do
Procom, “a escola não pode: solicitar a compra de materiais de uso coletivo, tais como material de higiene e limpeza ou taxas para suprir despesas com água, luz e telefone; exigir a aquisição de produtos de marca específica; ou determinar a loja ou livraria onde o material deve ser”.
Ao receber a lista verifique se todos os itens são realmente necessários. De minha parte, eu questiono quando recebo uma lista que pede, por exemplo, três tubos de cola grande. Num caso como este, eu mandaria um tubo de cola. Ao seu término, compraria e enviaria o outro. E se necessário enviaria um terceiro.
As folhas de papel sulfite e rolos de barbante e dupla face por aluno também me geram dúvidas. Numa classe com 20 alunos será que seriam necessários 20 rolos fita dupla-face? Ou 20 rolos de barbante para o ano? Eu acho que não, a não ser que haja na escola uma atividade de confecção de tapete artesanal...

O segundo R é o de REUTILIZAR
Muitos dos materiais, utilizados no ano anterior, podem facilmente ser reutilizados: mochila, pastas, estojos, lápis de cor, canetas, apontador, régua, borracha, cola e até alguns cadernos que não foram totalmente aproveitados.
No meu caso, depois de reduzir a lista eu sento com o meu filho (que cursará o terceiro ano) e falo sobre reutilizar seus materiais que ainda estão bons e sobre o impacto positivo que essa ação terá sobre o futuro dele e de outras pessoas. E como nos outros anos, nós separamos as coisas que estão em bom estado e retiramos da lista de materiais a comprar.

O terceiro R é o de RESISTIR
Sobra pouca coisa na lista e mesmo assim considero esse terceiro e ultimo R o mais difícil, que é o resistir.
Resistir aos apelos da publicidade nos dizendo que o material mais sofisticado é o de melhor qualidade ou o mais adequado, resistir aos apelos dos filhos que imploram por mercadorias com personagens da TV e cinema que chegam a custar até 3 vezes mais caro do que os produtos similares genéricos, resistir ao impulso de querer comprar o mais bonito sem saber se é também mais funcional...
Nesta parte eu negocio com meu filho a compra dos genéricos e algumas cartelas de adesivos de personagens, para que ele decore tudo a sua maneira, customizando até o lápis de cor quando sobram adesivos. Ele adora e os amigos sempre perguntam onde ele comprou aquele caderno tão “maneiro”.
Segundo reportagem do Instituto
Akatu, “explicar os impactos negativos e os positivos de cada opção, de maneira que o estudante entenda o porquê de cada escolha, facilita negociar. E ouvir o que o jovem tem a dizer é a garantia de que o diálogo está sendo estabelecido. Dessa forma, os pais podem ajudá-los a desenvolver uma relação mais saudável com o ato de consumo, desde a infância”. Então RESISTAM e ensinem as crianças a fazer o mesmo, rs.

A ESCOLA - Algumas boas escolas particulares já estão na dianteira no combate ao desperdício de material escolar e isso significa que o que está em jogo não é só o valor monetário gasto com o material, mas também a preocupação em diminuir o impacto negativo no meio ambiente.
Se a escola explicar ao pai que, reduzindo a lista e incentivando a reutilização de materiais em bom estado, ele estará reduzindo a utilização de matérias-primas, água e energia na fabricação dos materiais (e consequentemente, colaborando com a preservação do planeta onde todos nós moramos), terá clientes/pais mais satisfeitos e sensibilizados.
Além de ser uma propaganda positiva para o colégio em relação a responsabilidade ambiental, uma lista de materiais mais racional demonstraria preocupação com que os pais economizem, um uso adequado dos materiais e, sobretudo, uma escola moderna e antenada com assuntos ambientais que estão na ordem do dia.


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

FALTA SÓ A SUA PARTE...


Participei hoje do primeiro dia de uma oficina de mosaico que acontecerá durante a semana. Esses mosaicos serão feitos pelo grupo do Projeto Jovens Lideranças Ambientais que é formado por adolescentes moradores do Conjunto Habitacional Prestes Maia em Santo André-SP, localizado ao lado da cadeia da cidade. Esses mosaicos farão parte, além dos vários espaços do conjunto, do muro que separa o chamado “cadeião” do lugar em que estes jovens moram.

Hoje houve uma aula para que eles entendam a arte do mosaico e afinem os conceitos de muro, meio ambiente e cidadania antes de colocarem a mão na massa. Foi uma bela aula com reflexões acerca dos muros que separam as pessoas. Não somente os muros físicos, aqueles podemos ver e tocar, como também os muros do preconceito e da falta de iniciativa que estão arraigados em muitos de nós.

Essa é uma iniciativa louvável que se deu com o empenho e dedicação de um casal morador deste conjunto e, com o passar do tempo e a colaboração de outras pessoas tomou forma, começou a engatinhar e agora já dá seus primeiros passos. O projeto é muito maior do que essa ação que eu estou participando, mas achei bacana colocar aqui para todo mundo ver que as grandes ações nascem pequeninas e podem crescer, é só não desanimar. Digo isso porque lidar com os seres humanos, com a diferença, com a diversidade nunca é fácil, porém é imprescindível para que haja a mudança.

Muito de meus seguidores e amigos, e gente de todo lado nos blogs em que participo sempre me perguntam: O que eu posso fazer para, de fato, mudar alguma coisa para melhor? Qual a receita, qual o projeto, qual o modelo a seguir? E se eu não tiver ninguém para me ajudar??? Eu nunca tenho a resposta ideal para cada um, mas digo que sempre há algo para se fazer. E friso: o importante não é o tamanho da ação, mas a dedicação com a qual você se dispõe a praticá-la.

Termino com uma frase que eu a-do–ro e se aplica a todos nós, cidadãos preocupados em deixar este mundão gigante um pouco melhor: “Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco”. Edmund Burke (1729 - 1797).